Pedagogia

A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida.

John Dewey

"A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe."

Jean Piaget

sábado, 18 de setembro de 2010

A DIDÁTICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR

Tradicionalmente, a Formação do Educador Escolar vem abrangendo três dimensões da prática docente, a saber:

1. SABER – trata-se da dimensão Pedagógica na formação do professor.

2. SABER FAZER – trata-se da dimensão Técnica na formação do professor.

3. SABER SER – trata-se da dimensão Política na formação do professor.

Há que se ressaltar que a plena prática pedagógica que abandona o “psicologismo”, o “democratismo”, o “cinismo” e o “reformismo”, envolve a prática pedagógica das três dimensões evitando, assim, um ensino “fragmentado” em sua prática pedagógica. O professor, para tanto, deve ser formando (formação inicial) e deve atuar (formação continuada) com a visão da necessária integração do SABER + SABER FAZER + SABER SER.

A Escola Renovada, por exemplo, durante muito tempo, acentuou o SABER FAZER em prejuízo do SABER. A Escola Conservadora, por seu turno, acentuou o SABER em detrimento do SABER FAZER. A formação do professor deve buscar superar a separação entre o SABER, o SABER FAZER e o SABER SER, ou seja, entre o pedagógico, o técnico e o político. A recuperação deve ocorrer através de uma perspectiva integradora e, portanto, abandonando as “versão parcializantes” seja alcançado um novo projeto de fazer pedagógico, ou seja, a integração entre as três dimensões. Na formação do professor, ainda, segundo LUCKESI, é preciso que se abandone, na prática pedagógica, de formação continuada, o “que fazer neutral” e se assuma um “que fazer ideologizado”, ou seja, o professor, formado, na prática, assuma uma posição, pela “transformação” ou pela “reprodução”, isto é, abandonando qualquer espécie de “neutralidade”. Por seu turno, a maioria dos escritores que comentam sobre o COMPROMISSO SOCIAL E ÉTICO DO PROFESSOR afirmam que a característica marcante do referido COMPROMISSO SOCIAL E ÉTICO, que além da competência técnica o professor deve vivenciar a competência política enquanto “tomada de posição”, ou seja, o “que fazer ideologizado” que estará presente tanto na FORMAÇÃO DO PROFESSOR (formação inicial, na graduação), quanto no COMPROMISSO SOCIAL E ÉTICO (formação continuada, na prática pedagógica).

CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS


TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS:

É possível dividir a história das lutas em favor da Escola Pública em quatro fases, a saber:
A primeira foi o conflito entre católicos e liberais-escolanovistas, ocorrido no período que vai de 1931 a 1937, sobre as linhas que deveria assumir a política nacional de educação.
A segunda gira em torno do conflito entre “escola pública” e “escola particular” e vai de 1948 a 1961, culminando com a aprovação (sanção) da Lei 4.024, 1ª LDB.
A terceira corresponde ao surgimento dos “movimentos de educação popular” que vai de 1960 a 1964 (Paulo Freire).
E, finalmente, a quarta que é o momento iniciado em 1980, caracterizado pela mobilização da sociedade em torno da “universalização” e “democratização” da escola. O marco expressivo dessa quarta fase de luta pela Escola Pública foi a fundação da ANDE – Associação Nacional de Educação, em 1979. A ênfase desse movimento, na década de 80, recai sobre o papel da escola enquanto determinada historicamente, mas, também, enquanto campo de luta para a eliminação das contradições sociais.

TENDÊNCIAS PROGRESSISTAS:

O termo Progressista, de SNYDERS, orienta-nos quanto à análise crítica das relações sociais. As Tendências Progressistas sustentam as finalidades sociopolíticas da educação.

Como não tem como institucionalizar-se numa Sociedade Capitalista, a Pedagogia Progressista tem se tornado um instrumento de luta dos professores ao lado de outras práticas sócias.

A Libertação como forma de emancipação do homem a fim de que o mesmo atinja a plenitude de sua humanidade tem sido a luta comum das três escolas progressistas.

Entendem que os interesses de classe determinam as Finalidades da Educação.

Tendência (Escola) Libertadora.

Papel da Escola na LIBERTADORA – Sendo não-formal a educação é uma atividade onde professores e educadores, mediatizados pela realidade que aprendem atingem um nível de consciência dessa mesma realidade. Questiona concretamente a realidade das relações do homem com a natureza e com os outros homens, visando a uma transformação. Não é próprio da Pedagogia Libertadora falar em ensino escolar, já que sua marca é a atuação “não-formal”.

Conteúdos de Ensino na LIBERTADORA – Denominados “Temas Geradores” são extraídos da “problematização“ da prática de vida dos educandos. O importante não são os conteúdos mas, sim, despertar uma nova forma de relação com a experiência vivida. A simples transmissão de conteúdos estruturados a partir “de fora” é considerada uma “invasão cultural” ou “depósito de

informação”. Embora os pressupostos de Paulo Freire sejam aplicados por numerosos professores a genuína prática do método de Paulo Freire, na escola regular, dependeria de radical transformação da sociedade.

Métodos de Ensino na LIBERTADORA – O processo de alfabetização, em Paulo Freire, demanda, entre educadores e educandos, uma relação de autêntico diálogo. “Grupo de Discussão”. O diálogo engaja ativamente a ambos os sujeitos do ato de conhecer: educador-educando e educando-educador. A forma de trabalho é o Grupo de Discussão a quem cabe autogerir a aprendizagem, definindo o conteúdo e a dinâmica das atividades.

Relação Professor-Aluno na LIBERTADORA – A partir de um Professor ANIMADOR, o diálogo, a relação é horizontal, onde o educador, e educando, se posicionam como sujeitos do ato de conhecimento. O critério de bom relacionamento é a total identificação com o povo. Ocorre uma “não-diretividade” não como forma de “ausência”. O professor, como “animador” (da auto-estima) deve descer ao nível dos educandos, adaptando-se ao nível de desenvolvimento próprio de cada grupo dos alunos.

Representante – Paulo Freire e sua visão emancipadora e, ainda, com uma Abordagem Sociocultural, é o principal representante da Tendência Progressista Libertadora.

Aspectos Relevantes na LIBERTADORA – Aprender, para a Libertadora, é um ato de conhecimento da realidade concreta, ou seja, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. O que é aprendido não decorre de uma “imposição” ou “memorização”, mas do nível crítico de conhecimento, ao qual se chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica. O que o educando transfere, em termos de conhecimento, é o que foi incorporador como resposta às situações de opressão – ou seja, seu engajamento na militância política.

Tendência (Escola) Libertária.

Papel da Escola LIBERTÁRIA – A Pedagogia Libertária espera que a Escola exerça uma transformação na personalidade dos alunos num “sentido libertário” e “autogestionário”. A idéia básica dos libertários é introduzir modificações “institucionais”. A escola instituirá, com base na participação grupal, mecanismos institucionais de mudança (assembléias, conselhos, eleições, reuniões, etc). Há um sentido político quando se afirma o indivíduo como produto do social e que o desenvolvimento individual somente se realiza no coletivo. A Pedagogia Libertária, na sua modalidade mais conhecida como “Pedagogia Progressista”

Conteúdos de Ensino da LIBERTÁRIA – As matérias são colocadas à disposição do aluno, mas não são exigidas. As matérias são um “instrumento a mais” e, para tanto, entende que o importante é o conhecimento que resulta das experiências vividas pelo grupo, especialmente a vivência mecanismos de participação crítica. “Conhecimento” para os libertários não é a investigação cognitiva do real, para extrair dele um sistema de “representações mentais”, mas a descoberta de respostas às necessidades e às exigências da vida social. Logo, os conteúdos propriamente ditos são os que resultam de necessidades e interesses manifestos pelo grupo e que não são, necessária nem indispensavelmente, as matérias de ensino.

Metodologias na Escola LIBERTÁRIA – É na vivência grupal, na forma de “autogestão”, que os alunos buscarão encontrar as bases mais satisfatórias de sua própria “instituição”, graças à sua própria iniciativa e sem qualquer forma de poder. Trata-se de colocar nas mãos dos alunos tudo o que for possível: o conjunto da vida, as atividades e a organização do trabalho no interior da escola (menos a elaboração dos programas e a decisão dos exames). Os alunos têm a liberdade de trabalhar ou não, ficando o interesse pedagógico na dependência de suas necessidades ou das do grupo.

Relação Professor-Aluno na LIBERTÁRIA – O Professor ORIENTADOR e CATALISADOR mistura-se ao grupo para uma reflexão em comum. A pedagogia “institucional” com uma visão libertária, visa, em primeiro lugar, transforma a relação professor-aluno no sentido da “não-diretividade”, ou seja, considerar desde o início a ineficácia e a nocividade de todos os métodos à base de obrigações e ameaças. Se os alunos são livres frente ao professor, também este o é em relação aos alunos. O professor jamais será tido como “modelo” pois a Libertária rejeita qualquer forma de poder ou autoridade.

Representantes na LIBERTÁRIA – Todas as tendências “antiautoritárias” são tidas como “Libertárias”. Neill e Rogers, embora não progressistas, influenciaram com suas idéias de “não-diretividade”. Freinet (com seu Método

Natural), Maurício Tragtemberg (com suas idéias de autogestão), Vasquez e Miguel Gonzáles Arroyo.

Aspectos Relevantes da LIBERTÁRIA – A Escola Libertária entende o processo pedagógico enxergando que todas as formas burocráticas das instituições existentes, por seu traço de “impessoalidade”, comprometem o crescimento pessoal e, para tanto, dão ênfase na aprendizagem “informal”, via grupo, e a negação de toda forma de repressão visando favorecer o desenvolvimento das pessoas mais livres. Somente o vivido, o experimentado é incorporado e utilizável em situações novas. O critério de relevância do saber sistematizado é seu possível uso prático.

Tendência (Escola) Crítico-Social dos Conteúdos.

Papel da Escola CRÍTICO-SOCIAL – A difusão de Conteúdos é tarefa primordial da Escola. Conteúdos vivos, concretos e indissociáveis das realidades sociais a partir da “reelaboração” dos mesmos. A Escola é valorizada como instrumento de “apropriação do saber sistematizado”. Se a escola é parte integrante do todo social, agir dentro dela é também agir no rumo da transformação da sociedade. A escola busca garantir, assim, a todos, um bom ensino, ou seja, a apropriação dos conteúdos escolares básicos que tenham “ressonância” na vida dos alunos. O aluno passa pela intervenção do professor (mediador) e por sua própria participação ativa. O aluno passará de uma experiência inicialmente confusa e fragmentada (sincrética) (a partir da INSTRUMENTALIZAÇÃO) até chegar a uma visão (sintética) mais organizada e unificada (chegando à CATARSE). A Escola busca preparar o aluno para o mundo adulto e suas contradições a fim de que possa participar de forma organizada e ativa na democratização da sociedade.

Conteúdos da CRÍTICO-SOCIAL – Os conteúdos antes de serem ensinados devem estar ligados, de forma indissociável, à significação humana e social do contexto do aluno. Os conteúdos culturais universais que se constituíram em domínios de conhecimento relativamente autônomos, incorporados pela humanidade, mas permanentemente reavaliados face às realidades sociais. Segundo Snyders, inicialmente, quando o professor leva os alunos ao acesso dos Conteúdos ligando-os à experiência concreta é o que ele denomina de “continuidade”. Contudo, quando proporciona junto aos alunos uma análise crítica que ajude os alunos a ultrapassem suas experiências, estereótipos e ideologia dominante, ocorre o que ele denomina de “ruptura”.

Métodos de Ensino da CRÍTICO-SOCIAL – Os métodos da Crítico-Social abandonam o “dogmatismo” da Tradicional no que tange à “transmissão” e, também, a descoberta e a investigação da Renovada. Para tanto, não partem de um saber artificial, depositado a partir de fora (tradicional), nem do saber espontâneo (renovada), mas de uma relação direta com a experiência do aluno, confrontada com o saber trazido de fora. O trabalho docente relaciona a prática vivida pelos alunos com os conteúdos propostos pelo professor, momento em que se dará a “ruptura” em relação à experiência pouco elaborada. É a idéia central da DIDÁTICA HISTÓRICO-CRÍTICA, ou seja, partindo da INSTRUMENTALIZAÇÃO (uma visão sincrética) chega-se, com o aluno, à CATARSE (uma visão sintética).

Relação Professor-Aluno na CRÍTICO-SOCIAL – O papel do adulto é insubstituível no processo. No entanto, acentua-se a participação do aluno no processo. O Professor MEDIADOR busca orientar os alunos em novas perspectivas a partir dos conteúdos e, para tanto, seu sucesso dependerá do envolvimento com o estilo de vida dos alunos, tendo consciência, inclusive, dos contrastes entre sua cultura e a cultura dos alunos. Para os Crítico-Sociais não são suficientes o “amor”, a “aceitação”, para que os filhos dos trabalhadores adquiram o desejo de estudar mais, de progredir; é necessária a intervenção do professor para levar o aluno a acreditar nas suas possibilidades, a ir mais longe, a prolongar a experiência vivida.

Representantes na CRÍTICO-SOCIAL Makarenko, Manacorda, Snyders, Saviani (Pedagogia Histórico-Crítica com Gasparin) e Libâneo.

Aspectos Relevantes da CRÍTICO-SOCIAL – Por um esforço próprio, o aluno se reconhece nos conteúdos e modelos sociais apresentados pelo professor e, assim, pode ampliar sua própria experiência. O grau de envolvimento na aprendizagem depende tanto da prontidão e disposição do aluno, quanto do professor e do contexto da sala de aula. Aprender, dentro da visão da Pedagogia dos Conteúdos, é desenvolver a capacidade processar informações e lidar com os estímulos do ambiente, organizando os dados disponíveis da experiência. A transferência da aprendizagem (PRÁTICA SOCIAL FINAL) se dá a partir do momento da CATARSE (síntese), ou seja, quando o aluno supera sua visão parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora. A Escola Progressista CRÍTICO-SOCIAL DOS CONTEÚDOS busca propor modelos de ensino voltados para a interação “conteúdos-realidades sociais”, visando avançar em termos de uma “articulação” do “político” com o “pedagógico”.

TENDÊNCIAS LIBERAIS:



A Pedagogia Liberal é também denominada de Pedagogia Acrítica, uma vez que não questiona a implicação dos determinantes socioestruturais da educação.

A Pedagogia Liberal sustenta a idéia que a escola tem por função preparar os indivíduos para desempenhar papéis sociais requeridos pela Sociedade de Classes, de acordo com suas aptidões individuais.
As idéias “liberais” foram difundidas quando, no final do século XVIII, a burguesia lutava para arrancar o poder da nobreza e do clero e, para tanto, lançou mão de ideais “humanistas”, ou seja, a liberdade, a igualdade, a fraternidade.
No decorrer da luta pelo poder político e econômico, a idéia de poder baseada na posição hereditária cai por terra e, agora, o cidadão tem o direito de adquirir prestígio e enriquecer pelo “próprio mérito”. Assume-se, então, uma visão de homem e de mundo assentada sobre o indivíduo e sobre seus direitos naturais.
Inicialmente, a burguesia “liberal”, para se manter no poder, reivindica tais direitos não somente para si, mas, também, para todos os que sofriam a “opressão” da nobreza e do clero, inclusive as “camadas populares”.
Para superar a “opressão” era necessário fornecer ensino a todos a fim de vencer a “ignorância” e transformar os “súditos” em “cidadãos livres” e “esclarecidos”.
A burguesia pretendia, inicialmente, que a educação “humanizasse” todos os homens, a fim de vencer a situação imposta pela “nobreza feudal” e consolidar-se como nova classe dominante.
No entanto, a reivindicação de emancipação de todos os homens entra em contradição com a “emancipação política e econômica” de fato e, aí, a burguesia não necessita, mais, sustentar às camadas populares os mesmos direitos. Surge, assim, uma outra interpretação dos direitos humanos: não se defende mais a igualdade de fato, mas uma “igualdade legal”. Ou seja, o liberalismo passa a defender, agora, a “igualdade jurídica” para encobrir e legitimar a “desigualdade social”.
social”.
O liberalismo passa, assim, a usar os antigos ideais para justificar as novas relações sociais.
São as Tendências que visam à Reprodução e que estão a serviço da Sociedade Capitalista, ou seja, a Sociedade de Classes (a Estratificação).
O termo “Liberal” apareceu como justificativa do sistema capitalista que, ao defender a predominância da liberdade e dos interesses individuais na sociedade, estabeleceu uma forma de organização social baseada na propriedade privada dos meios de produção que fortalece a sociedade de classes.
A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de classes, pois, embora difunda a idéia da igualdade de oportunidades (artigo 205 da Constituição Federal), não leva em conta a desigualdade de condições.

Tendência (Escola) Liberal Tradicional.
Papel da Escola TRADICIONAL – A atuação da Escola Tradicional consiste na preparação “intelectual” e “moral” dos alunos para assumir sua posição na sociedade. O compromisso da Escola é com a Cultura. Os problemas sociais pertencem à Sociedade. O caminho cultural em direção ao saber é o “mesmo” para todos os alunos, desde que se “esforcem”. Os menos capazes devem “luta” para superar suas dificuldades e “conquistar” seu lugar junto aos mais capazes.
Conteúdos de Ensino na TRADICIONAL – São os conhecimentos e valores sociais acumulados pelas gerações adultas e repassados ao aluno como verdades absolutas. Os conteúdos são separados da experiência do aluno e das realidades sociais. É criticada como “intelectualista” e “enciclopédica”.

Metodologia de Ensino na TRADICIONAL – Os Métodos baseiam-se na “exposição verbal” e na demonstração por parte do professor. A ênfase nos exercícios, na repetição de conceitos ou fórmulas na memorização visa disciplinar a mente e formar hábitos. A Metodologia Tradicional orienta-se no seguinte: tanto a exposição quanto à análise são feitas pelo professor. Os programas devem ser dados numa “progressão lógica” estabelecida pelo adulto. A aprendizagem é “receptiva” e “mecânica”.
Relação Professor-Aluno na TRADICIONAL – Predomina a autoridade do Professor que exige atitude receptiva por parte dos alunos. O Professor Transmissor transmite conteúdo na forma de verdade a ser absorvida com disciplina imposta. A orientação “clássico-humanista” é muito utilizada nas escolas religiosas ou leigas.

Representantes na TRADICIONAL – Os sociólogos do “consenso” e, principalmente, DURKHEIM (Funcionalista) e COMTE (Positivista).
Aspectos Relevantes – Na Tradicional os programas devem estar numa progressão lógica e, ainda, embora os Jesuítas tenham sido expulsos, em 1759, a Pedagogia Tradicional ainda é viva e atuante em nossas escolas. O reforço, em geral, é negativo (punições, notas baixas, apelo aos pais) e, às vezes, positivo (classificações, emulações). A Escola Tradicional, enxergando a criança como um “adulto em miniatura” entende que sua capacidade de assimilação é idêntica à do adulto, apenas menos desenvolvida

. Tendência (Escola) Liberal Renovada Progressivista.
Papel da Escola Renovada PROGRESSIVISTA - A finalidade da Escola é adequar as necessidades individuais ao meio social. A escola deve buscar a adaptação progressiva ao meio. Processo ativo de construção e reconstrução de experiências. Interação entre as estruturas cognitivas do indivíduo e estruturas do ambiente. O objetivo primordial da Escola Renovada Progressivista é a adequação das necessidades individuais ao meio social. Está presente, aí, a idéia piagetiana do desenvolvimento “individual” rumo ao “social”. Á Escola, então, cabe suprir as experiências que permitam ao aluno educar-se num processo ativo de construção e reconstrução do objeto.

Conteúdos de Ensino na PROGRESSIVISTA – O conhecimento resulta da ação (Didática Ativa) e os conteúdos são estabelecidos em função das experiências frente aos desafios cognitivos e situações- problemas. A idéia do pragmatismo leva à AUTO-APRENDIZAGEM. Como a escola Renovada Progressivista entende que o conhecimento resulta da ação a partir dos interesses e necessidades, os conteúdos de ensino são estabelecidos em função das experiências que o sujeito vivencia frente a desafios cognitivos e situações problemáticas. Para a Escola Renovada Progressivista é mais importante o processo de aquisição do saber do que o saber propriamente dito.
Metodologia de Ensino na PROGRESSIVISTA – Valoriza-se a idéia do “Aprender Fazendo”. O respeito às etapas do desenvolvimento do aluno ocorrem em Dewey,Montessori, Piaget, Decroly (centros de interesses) e outros. A Didática Ativa (o aluno como agente provocado) é o pressuposto básico. A Pesquisa, a Descoberta, o Método de Solução de Problemas são métodos utilizados nas Escolas Ativas.

Relação Professor-Aluno na PROGRESSIVISTA – O professor Orientador auxilia o desenvolvimento livre e espontâneo da criança. Se intervém é para dar forma ao raciocínio dela. O relacionamento positivo entre professor e alunos visa instaurar a “vivência democrática” na sala de aula. Não há lugar privilegiado par o professor, ou seja, seu papel é auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo da criança. Para que se possa garantir um clima harmonioso dentro da sala de aula é indispensável um relacionamento positivo entre professores e alunos, ou seja, deverá ocorrer a “vivência democrática”.
Representantes na PROGRESSIVISTA – Dewey o representante maior fora seguido por PIAGET, MONTESSORI, DECROLY, BRUNER. O método “montessoriano”, o ensino baseado na psicologia genética de Piaget (com larga escala na educação pré-escolar) e os Centros de Interesses de Decroly são os principais representantes.
Aspectos Relevantes na PROGRESSIVISTA – Aprender para os Progressivistas é uma atividade de Descoberta que leva à AUTO-APRENDIZAGEM e o ambiente é apenas um meio estimulador. Para os Progressivistas Aprender é uma atividade de Descoberta. A prática escolar Progressivista tem aplicação reduzidíssima haja vista que se “choca” com uma prática tradicional nas escolas.
Tendência (Escola) Liberal Não-Diretiva.

Papel da Escola Renovada NÃO-DIRETIVA – Acentua-se a “Formação de Atitudes” e, para tanto, preocupa-se mais com os aspectos “psicológicos” do que com os pedagógicos. O resultado de uma boa educação compara-se ao de uma boa terapia. A busca pelo autodesenvolvimento e pela realização pessoal tornas-se mais importante que a prática do conteúdo em si.
Conteúdos de Ensino na NÃO-DIRETIVA – A ênfase que se dá ao desenvolvimento das relações de comunicação torna secundária a transmissão de conteúdos. Os processos de ensino visam mais facilitar aos estudantes os meios para buscarem por si mesmos os conhecimentos que, no entanto, são dispensáveis.
Metodologia de Ensino na NÃO-DIRETIVA – Os métodos usuais são dispensados. O Professor deverá facilitar o processo ajudando o aluno a se organizar e, ainda, respeitando os sentimentos de cada um sem ameaças. O professor atuará restringindo-se a ajudar o aluno a se organizar, utilizando técnicas de sensibilização onde os sentimentos de cada um possam ser expostos, sem ameaças. O objetivo do trabalho escolar se esgota nos processos de melhor relacionamento interpessoal, como condição para o crescimento pessoal.

Relação Professor-Aluno NÃO-DIRETIVA – Propõe uma educação centrada no aluno. O Professor Facilitador (especialista em Relações Humanas) busca “ausentar-se” como forma de respeito e aceitação plena do aluno.
Toda intervenção é ameaçadora e inibidora da aprendizagem. O professor será tido como “Facilitador” quando aceita a pessoa do aluno, de forma incondicional. O professor, especialista em relações humanas ao garantir o clima de relacionamento pessoal e autêntico.
Representantes na NÃO-DIRETIVA – Rogers é o expoente maior atuando mais como um psicólogo clínico que um educador. A. Neill da Escola de Summerhill, na Inglaterra é, também, colaborador.
Aspectos Relevantes na NÃO-DIRETIVA – Para a Não-Diretiva a motivação resulta do desejo de adequação pessoal na busca pela Auto-Realização. O que não estiver com o EU não estará retido nem transferido. Para os Renovados Não-Diretivos a motivação aumenta quando o sujeito desenvolve o sentimento de que é capaz de agir em termos de atingir suas metas pessoais, ou seja, desenvolve a valorização do “EU”. A Avaliação, aí, perde o sentido privilegiando-se, então, a “auto-avaliação”.

Tendência (Escola) Tecnicista.

Papel da Escola TECNICISTA – Dentro do Sistema Capitalista (um sistema social harmônico, orgânico e funcional) a Escola funciona como “modeladora” do comportamento humano. A Escola atua no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema capitalista) articulando-se com o sistema produtivo. Seu interesse imediato – produzir indivíduos competentes para o mercado de trabalho. E, para tanto, a Escola emprega a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a Tecnologia Comportamental.
Conteúdos de Ensino na TECNICISTA – Os conteúdos são estabelecidos por especialistas numa seqüência lógica e psicológica. O material instrucional encontra-se sistematizado nos manuais, nos módulos de ensino, no material descartável. Será matéria de ensino apenas o que é redutível ao conhecimento observável e mensurável. Os conteúdos eliminam qualquer sinal de subjetividade.
Metodologia de Ensino na TECNICISTA – A principal tarefa do professor é modelar respostas apropriadas aos objetivos instrucionais conseguindo, assim, o comportamento adequado pelo controle do ensino. A Tecnologia Educacional começou pela programação por passos seqüenciais empregados na Instrução Programada. O emprego da Tecnologia Educacional na Escola Pública aparece nas formas de:
a) – planejamento em moldes sistêmicos;
b) – concepção de aprendizagem como mudança de comportamento;
c) – operacionalização de objetivos e d) – uso de procedimentos científicos (Instrução Programada, Audiovisuais, Avaliação, Livros Didáticos descartáveis, etc).

Relação Professor-Aluno na TECNICISTA – As relações entre Professor e Aluno na Tecnicista são estruturadas em papéis bem definidos. O professor Modelador é apenas um “elo” de ligação entre a verdade científica e o aluno e, para tanto, deve empregar o sistema instrucional previsto. A comunicação professor-aluno tem um sentido exclusivamente técnico. O objetivo é garantir a eficácia na transmissão do conhecimento. As relações afetivas pouco importam. As relações entre

professor e alunos são estruturadas em papéis bem definidos. Ambos são expectadores frente à verdade objetiva. A comunicação professor-aluno tem um sentido exclusivamente técnicos, que é o de garantir a eficácia na transmissão do conhecimento.
Representantes na TECNICISTA – Skinner, Comportamentalista, é o principal representante, seguido de Bloom (domínios), Gagné (Aprendizagem Hierarquizada) e, Mager (Objetivos Operacionais).
Aspectos Relevantes na TECNICISTA – A influência Tecnicista (além dos embriões do SENAI e SENAC na década de 40) remonta à 2ª metade dos anos 50 quando do PABAAE (Programa Americano Brasileiro de Auxílio ao Ensino Elementar – Convênio assinado MEC/UsAID). Foi introduzida no final dos anos 60, no Brasil, com o objetivo de adequar o sistema educacional à orientação político-econômica do regime militar. O ensino é um processo de condicionamento através do uso de reforçamento das respostas. Os “marcos” do Tecnicismo brasileiro, a partir do objetivo de adequar o sistema educacional à orientação político-econômica do regime militar, são: a Lei 4.024, de 1961 (marco inicial) e Lei 5.692, de 1971, (o “auge” do tecnicismo, no Brasil), que reorganizaram o ensino superior e o ensino de 1º e 2º graus. A aplicação da metodologia tecnicista (planejamento, livros didáticos programados, procedimentos de avaliação, etc) não configura, necessariamente, uma postura tecnicista do professor e, sim, uma postura “eclética”, ou seja, em torno de princípios pedagógicos assentados nas pedagogias “tradicional” e “tecnicista”.